É terrível ser tomado pelo pensamento do momento. O pensamento ansioso, obsessivo, alinhado com os males do tempo, com os males do, como diz o outro, Zeitgeist, coloca toda a mente sob o seu domínio. Não sobra nada. Terrível. De tempos em tempos aparece algo dessa sorte, diminuindo a mobilidade, a velocidade da mente. Cansando a mente, gastando a mente. Tem sido isso e, é claro, estar sozinho, isolado. A vida real transformada num video game muito ruim. Eu vejo algumas pessoas que estão, apesar de tudo, felizes. Que dizer, elas me parecem felizes. Eu quase sinto que elas estão felizes. Assim… Apesar de tudo. De certa forma eu as admiro. Na verdade eu as admiro imensamente (como diz o outro, pra caralho). Eu não estou feliz. A quarentena veio e com ela vários demônios. Os demônios não são legais, desculpem-me os metaleiros. Escolhe-se Satã simplesmente por oposição à hipocrisia inerente aos padres, às beatas, aos jovens candidatos a santo, e a toda a ICAR e à sua História complicada (como diria o outro, fuck’d up). Digam não a Satã, crianças. (Como diz o outro, o problema de Jesus é o mesmo do Nirvana: a fanbase). Mas, assim, sério, eu não aguento mais isso, a simples capacidade de pensar tomada pela urgência do tempo. O tempo que urge e foge, deixando coisas para trás, que no caso dele é para frente (assim, vocês entenderam). Impeachment da Dilma (olha, eu nunca fui petista, mas, como diz o outro, est modus in rebus, aquilo ali foi uma coisa muito feia), eleição de Trump, eleição de Bolsonaro e agora isso aí. Assim, eu tava precisando do meu cérebro e tal. Tá, como diz o outro, paia demais, fi.