Lúcia – XVI

— Você é uma guerreira, Lúcia.

— Eita. Eu não, de jeito nenhum. Olha aí ao seu redor. Pensa na história, na História com maiúsculo, pensa em todo o horror produzido por essa classe, pelos guerreiros. Tô fora. Sou guerreira não, sô. Besteira. Todas essas transposições bélicas… Sou contra. Ninguém, ahn… Ninguém decente, digno, ganha nada com a guerra. Relaciono com isso não. Sou mulher, sou tradutora, sou filha, sou mãe, sou sua amiga. Sou guerreira não.

— Ah, mas você também luta.

— Ah. Minha luta é arte, Joana. Sou guerreira não… — rindo — Larga disso, boba. Ideia fraca.