Às vezes me vem uma calma
alva.
Alva como um muro caiado
de cemitério pobre.
*
Engraxei todas as botas
Afinei todas as cordas
Calcei todas as portas
Cortei as folhas mortas
Ajeitei as coisas tortas
Continuo essa marmota
*
Vamos falar do vento
Vamos falar do vento e de vilanias
De como a terra espraia
Do transe de beira de estrada
Vamos falar do tempo
Vamos falar do tempo e de tiranias
De como a vida mata
Dessa ignorância chapada